Sobre a Obra:
Cachorra Baleia
A obra é uma interpretação artística inspirada na personagem Baleia do clássico "Vidas Secas" (1938), de Graciliano Ramos. A cachorra simboliza a lealdade e o sofrimento compartilhado no sertão. Marcos traduz essa narrativa em suas esculturas esguias e dramáticas, caracterizadas por formas alongadas e aparência esquelética, refletindo a fragilidade e a resiliência do povo nordestino diante das adversidades.
Marcos transforma o material bruto em peças que expressam a melancolia e a dureza do sertão, além de homenagear a cultura nordestina. "Cachorra Baleia" tornou-se uma de suas obras mais emblemáticas, combinando leveza estética com uma profunda crítica social, e destacando-se em coleções no Brasil e no exterior.
Dimensões: 28cm x 13cm x 50cm (Altura x Largura x Comprimento)
Peso: 95 g
Material: Madeira
Origem: Pernambuco
Obs.: As peças são confeccionadas de forma artesanal por artistas brasileiros. Assim, cada obra é única, e, portanto, podem ocorrer diferenças em tonalidade e tamanho.
Sobre o Artista:
Marcos de Sertânia: A Dor e a Beleza do Sertão Esculpidas em Madeira
Marcos Paulo Lau da Costa, conhecido como Marcos de Sertânia, é um dos grandes nomes da escultura em madeira no sertão pernambucano. Inspirado pelas vivências no sertão e pela tradição familiar, Marcos encontrou na arte uma forma de expressar a dramaticidade da seca e a resistência do povo nordestino. Sua obra mais icônica é a cachorra “Baleia”, inspirada no clássico Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que retrata a desolação e a força do sertão em figuras magras e expressivas. “Vivi tudo isso aí que coloco no meu trabalho”, afirma.
Desde a infância, quando começou a moldar a madeira com ferramentas herdadas da família, Marcos desenvolveu um estilo próprio, reconhecido por sua autenticidade e dramaticidade. Suas peças ganharam projeção nacional e internacional. Mestre artesão reconhecido pelo Governo de Pernambuco em 2011, ele continua criando não apenas arte, mas também oportunidades: sua oficina em Sertânia emprega cerca de dez pessoas e apoia cinco artesãos independentes, incluindo familiares e vizinhos, gerando renda e desenvolvimento local.
Mário Britto
Curador de Arte