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ARTISTA
Biografia do Artista
Cida Lima
Na ancestralidade humana, o trabalho do artesanato era essencialmente feminino. A atenção aos detalhes e a personalidade forte da obra de Cida Lima, mostra essas raízes. As famosas cabeças de cerâmica da artesã não revelam, porém, todo o caminho de luta e sacrifício para que a artista atingisse o patamar onde se encontra hoje, considerada mestra artesã. Estrada esta, percorrida com humildade e perseverança. Natural do município de Belo Jardim, no agreste pernambucano, a mestra começou a colocar as mãos no barro muito cedo, com apenas oito anos de idade, para ajudar família. Sua terra sempre foi conhecida pela sua grande riqueza artesanal e musical, um município de cultura popular efervescente. Em entrevista, Cida relata: “Com oito anos eu já fazia as peças direitinho. Fazia pra comprar roupa, calçado, comida e pra ajudar minha vó (...) lembro que a gente catava os restos de terra que o pessoal deixava, aguava, pra depois fazer as pecinhas pequenas. Dava pra fazer panela, tigela e jarras de colocar água”. Foi assim por um longo período: dividindo seu tempo entre o barro e outros trabalhos, para assegurar o melhor para a sua família. Toda essa renda, porém, servia apenas para o feijão e a farinha, na época. Mas o poder da arte, que também está na união de forças, deu uma grande guinada na vida da artesã, no ano de 2005. Um dia, a artista plástica Ana Veloso, coordenadora do projeto Estado de Arte na época, descobriu o trabalho de Cida. O projeto coordenado por Ana tinha o objetivo justamente de revitalizar a produção artesanal do município, via Secretaria de Cultura. Assim, Ana orientava os artistas a chamar o trabalho de artesanato (antes se denominavam louceiros), nomenclatura até então desconhecida pelos artistas de lá. Mas Ana Veloso gostou tanto do trabalho de Cida que deu a ela dicas especiais na época e, assim, a mestra começa a fazer mudanças significativas em seu trabalho. A artesã começou a produzir travessas, cuscuzeiras e, então, as famosas cabeças de barro, com seu acabamento impecável. A criação foi de Cida e seu filho Jailson e, prontamente, Ana aponta que a mestra poderia ganhar dinheiro com suas novas peças. Mais rápido do que Cida imaginava, a afirmação de Ana Veloso virou realidade. Bastou uma primeira ida ao centro da cidade para vender as cabeças, que voltou com tudo vendido e mais dinheiro do que nunca. Com o sucesso das suas cabeças, Mestra Cida não parou mais e, em 2011, já estava na Fenearte como mestra artesã, encantando a todos que viam e adquiriam o seu trabalho, que hoje sustenta sua família.
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Cida Lima
Na ancestralidade humana, o trabalho do artesanato era essencialmente feminino. A atenção aos detalhes e a personalidade forte da obra de Cida Lima, mostra essas raízes. As famosas cabeças de cerâmica da artesã não revelam, porém, todo o caminho de luta e sacrifício para que a artista atingisse o patamar onde se encontra hoje, considerada mestra artesã. Estrada esta, percorrida com humildade e perseverança. Natural do município de Belo Jardim, no agreste pernambucano, a mestra começou a colocar as mãos no barro muito cedo, com apenas oito anos de idade, para ajudar família. Sua terra sempre foi conhecida pela sua grande riqueza artesanal e musical, um município de cultura popular efervescente. Em entrevista, Cida relata: “Com oito anos eu já fazia as peças direitinho. Fazia pra comprar roupa, calçado, comida e pra ajudar minha vó (...) lembro que a gente catava os restos de terra que o pessoal deixava, aguava, pra depois fazer as pecinhas pequenas. Dava pra fazer panela, tigela e jarras de colocar água”. Foi assim por um longo período: dividindo seu tempo entre o barro e outros trabalhos, para assegurar o melhor para a sua família. Toda essa renda, porém, servia apenas para o feijão e a farinha, na época. Mas o poder da arte, que também está na união de forças, deu uma grande guinada na vida da artesã, no ano de 2005. Um dia, a artista plástica Ana Veloso, coordenadora do projeto Estado de Arte na época, descobriu o trabalho de Cida. O projeto coordenado por Ana tinha o objetivo justamente de revitalizar a produção artesanal do município, via Secretaria de Cultura. Assim, Ana orientava os artistas a chamar o trabalho de artesanato (antes se denominavam louceiros), nomenclatura até então desconhecida pelos artistas de lá. Mas Ana Veloso gostou tanto do trabalho de Cida que deu a ela dicas especiais na época e, assim, a mestra começa a fazer mudanças significativas em seu trabalho. A artesã começou a produzir travessas, cuscuzeiras e, então, as famosas cabeças de barro, com seu acabamento impecável. A criação foi de Cida e seu filho Jailson e, prontamente, Ana aponta que a mestra poderia ganhar dinheiro com suas novas peças. Mais rápido do que Cida imaginava, a afirmação de Ana Veloso virou realidade. Bastou uma primeira ida ao centro da cidade para vender as cabeças, que voltou com tudo vendido e mais dinheiro do que nunca. Com o sucesso das suas cabeças, Mestra Cida não parou mais e, em 2011, já estava na Fenearte como mestra artesã, encantando a todos que viam e adquiriam o seu trabalho, que hoje sustenta sua família.
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